
O Câncer de Mama é um conjunto de doenças causadas por proliferação descontrolada de células da mama feminina ou masculina. É extremamente raro no homem, responsável por 0,5-1% dos casos. É a mais comum neoplasia feminina e o câncer mais comum do mundo. A chance de uma mulher desenvolver câncer de mama durante a vida é, por volta de 14%, aumentando quando há parentes de primeiro grau com a neoplasia e com alterações genéticas específicas.
Alguns fatores de risco modificáveis são a obesidade, tabagismo e uso de bebidas alcoólicas. A exposição por longo período ao hormônio feminino pode aumentar o risco de desenvolver a doença (sendo bons exemplos a nuliparidade, menarca precoce, menopausa tardia e o uso de reposição hormonal pós menopausa sem acompanhamento e orientação médica). Os casos dessa neoplasia sabidamente relacionados com genéticas são apenas 10%, ligados a histórico familiar ou alterações em genes já conhecidos como BRCA1 e BRCA2.
É um câncer rastreável e com ações de prevenção já bem estabelecidas. A mamografia é o exame de escolha para o rastreio, sendo indicado para mulheres assintomáticas a partir de 40 anos, uma vez ao ano, com diminuição de até 30% da chance de mortalidade, além de achar a doença no começo tornando o tratamento mais efetivo. A prevenção passa pela prática de exercícios físicos, perda de peso e dieta que ajuda também na prevenção de doenças crônico-degenerativas. A cirurgia profilática de retirada de mamas com reconstrução é indicada hoje, apenas para paciente com gene do BRCA1 mutado.
O câncer inicial, na grande maioria das vezes, é assintomático sendo o rastreamento eficaz na ajuda e busca por esse diagnóstico precoce. Os principais sintomas são a nodulação palpável em mama, dor mamaria, descarga papilar, nódulos axilares palpáveis. Sangramentos podem estar relacionados com a doença localmente avançada.

O diagnóstico é feito com biópsia, sendo a mais comum a biópsia com agulha grossa também chamada de “corebiopsy”. O resultado do estudo do material biopsiado associado a imuno-histoquímica classificará o câncer em quatro grandes grupos (LUMINAIS, LUMINAL-HER, HER PURO e TRIPLO NEGATIVO) com vista em ajudar a guiar tratamento.
O estadiamento é complexo e cheio de detalhes, haja vista que junta variáveis como tamanho tumoral, linfonodos axilares, grau tumoral, imuno-histoquímica e, algumas vezes, testes genéticos. Exames de imagem como ultrassom, tomografias, ressonância e o PET-CT são indicados caso a caso para ajudar com mais precisão no estadiamento de cada paciente. Logo, apesar da divisão simplória em 4 grupos, existem mais de 1000 tipos/apresentações do câncer de mama, quando se considera todas as variáveis.
O tratamento é um tripé entre cirurgia, quimioterapia e radioterapia. O objetivo é sempre tratar o câncer e ser o menos agressivo possível para o bem-estar, qualidade de vida e autoimagem da mulher, mantendo a eficiência oncológica. As cirurgias menos radicais são sempre a escolha quando factíveis, sendo que as técnicas desenvolvidas pela oncoplástica vêm dando resultados oncológicos e cosméticos/estéticos muito bons que, quando associados aos outros tratamentos já citados, a cura pode ser alcançada em grande parte dos casos.