Câncer de Colo Uterino

O Câncer de Colo Uterino é um conjunto de doenças causadas por proliferação descontrolada de células do colo uterino feminino. É o terceiro câncer mais incidente em mulheres e a quarta maior causa de mortalidade feminina relacionada às neoplasias no Brasil. A chance de uma mulher desenvolver esse tipo de câncer durante a vida é de aproximadamente 1%, sendo o pico de incidência entre 60-64 anos

Os fatores de risco são a infecção por HPV (relacionada à doença em mais de 90% dos casos), assim como o tabagismo e as baixas condições socioeconômicas. O uso de anticoncepcionais orais em paciente infectadas pelo vírus do HPV pode aumentar a incidência em até 1,9%. Fatores genéticos tem um peso menor no aparecimento da neoplasia e é sabidamente menor a incidência em pacientes com parceiros circuncisados.

É um câncer rastreável e prevenível. O rastreio é indicado através da coleta de preventivo em mulheres a partir dos 25 anos de idade ou após início de vida sexual ativa, uma vez por ano. O rastreio abrangente e efetivo na população pode diminuir a incidência da neoplasia em até 75%. A prevenção se dá pela vacina contra o HPV, segura e já disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), que diminui a incidência de lesões precursoras neoplásicas causadas pelo vírus em até 36% e, consequentemente, o aparecimento do câncer.

O câncer inicial é assintomático na maioria das vezes, sendo o rastreamento eficaz na ajuda e busca por esse diagnóstico precoce. Os principais sintomas são o sangramento vaginal anormal ou pós relação sexual, podendo vir acompanhado de dor pélvica, sintomas urinários ou mudanças intestinais.



O diagnóstico é feito através de biópsia, podendo ser feita pelo exame de colposcopia (em casos iniciais de lesões não visíveis) ou biópsia direta (lesões visíveis ao exame físico). Algumas vezes, o diagnóstico é feito por surpresa após retirada de útero por outras causas.

O estadiamento da doença é feito basicamente com o exame físico do médico na consulta já com grande sensibilidade e especificidade, podendo orientar e indicar o melhor tratamento. Não obstante, exames de imagem como tomografias, ressonância e o PET-CT, quando disponível, podem aumentar a acurácia do exame físico e ajudar em um estadiamento mais preciso.

O tratamento é eminentemente cirúrgico nos casos iniciais. Já em casos mais avançados, a radioterapia aliada à quimioterapia é mais eficiente com menos morbidades. A cirurgia minimamente invasiva (seja por videolaparoscopia ou robô) não mostram, por enquanto, uma igual eficiência quando comparada a cirurgia aberta/cortada, mas ainda tem espaço em casos pontuais e específicos a serem discutidos com paciente. A cirurgia preservadora de fertilidade pode ser usada em paciente jovem, em período fértil, sem prole definida (que desejam gestar), sem perda de eficiência no tratamento da neoplasia quando comparada a cirurgia radical clássica.