Câncer de Ovário

O Câncer de Ovário é um conjunto de doenças causadas pela proliferação descontrolada de células formadoras dos ovários e trompas. A chance durante a vida de uma mulher desenvolver essa neoplasia é de 1,3%, com média de idade de diagnóstico aos 63 anos. O acometimento de mulheres mais jovens está relacionado geralmente à fatores genéticos. É a segunda maior causa de morte por câncer em mulheres, em países desenvolvidos e a terceira nos países subdesenvolvidos.

Os principais fatores de risco são o tabagismo, endometriose e ovário policístico. O uso de anticoncepcionais orais e a multiparidade são fatores de proteção. As principais alterações genéticas ligadas a esse tipo de neoplasia estão relacionadas a mutações nos genes do BRCA1 e BRCA2, que quando descobertos, por algum outro motivo, a paciente tem indicação de retirada profilática de ovários e trompas a partir de 35 anos (quando já com prole definida).

Essa neoplasia não é rastreável. Na maioria das vezes, surge algum tipo de suspeita após início de sintomas e consequentemente, com diagnóstico geralmente tardio. Os principais sintomas são dor abdominal/pélvica, sangramento vaginal e alterações intestinais (como constipação), podendo estar presente tanto na doença inicial quanto na avançada.

O diagnóstico é eminentemente cirúrgico, haja vista que o ovário é um órgão intra-abdominal envolto a demais órgãos e estruturas pélvicas, com difícil acesso para biópsias guiadas. Alguns exames podem ajudar na programação cirúrgica e suspeita diagnóstica, como marcadores tumorais (o mais importante, CA 125) e exames de imagem (como tomografia, ressonância e um ultrassom abdominal/transvaginal).



A cirurgia minimamente invasiva seja por videolaparoscopia ou robótica tem seu papel restrito a lesões iniciais (menores que 7-8cm) para avaliação precedendo a cirurgia aberta no mesmo ato ou em doença avançada/disseminada no abdômen, visando diagnóstico com eficiência e menor morbidade. O objetivo cirúrgico é sempre o diagnóstico, estadiamento (grau de disseminação) e se possível, tratamento visando a cito redução ótima, ou seja, sem doença residual visível na cavidade abdominal após o procedimento. A quimioterapia tem um papel importante em diminuir o volume de doença para possibilitar uma cirurgia/cito redução ótima. Após alguns ciclos, ajuda a diminuir a taxa de recidiva/retorno da doença após cirurgia bem sucedida ou no tratamento da doença avançada sem possibilidade cirúrgica.